Sofia de Sousa Silva
Sem caridadea literatura não vale
Adília Lopes
Meu Deus, e eu que não tenho caridade!...
Ao ser natural em sua poesia, o povo lhe faz imortal.
Candeia
Fernando Pessoa dedicou alguns ensaios a questões relativas à arte, a maioria dos quais é datada dos anos de 1914 a 1916, período próximo ao lançamento da revista Orpheu. Há, nesse momento inicial, a preocupação de teorizar sobre o fazer poético a acompanhar a produção. Alguns dos ensaios são apenas fragmentos, outros são cartas. E apesar do gosto pela contradição, que marca esse autor, há, nos textos reunidos no volume Páginas de doutrina estética, certas idéias recorrentes, afirmadas e reafirmadas com surpreendente coerência.
Uma das primeiras questões levantadas por Pessoa é a que trata da função da arte e do artista. Nesse campo, ele segue a lição kantiana, talvez por via de Edgar Allan Poe, autor que chegou a traduzir. No ensaio "O princípio poético" (Poe, 1987), na esteira de Kant, Poe é taxativo ao desvincular a arte da moral e da verdade. A arte é regida pelo gosto e deve ocupar-se da beleza, enquanto o senso moral ocupa-se do dever, e o intelecto, da verdade, diz. E Pessoa (1974, p. 225-226) o repete passo a passo:
Tampouco se deve o artista preocupar com a verdade do que descreve. É-lhe lícito escrever um poema onde se violem todas as probabilidades - logo que, é claro, a violação dessas probabilidades não implique diretamente uma falha na natureza do poema, como seria, por exemplo, o anacronismo num poema histórico, o erro psicológico num drama, etc. A verdade pertence à ciência, a moral à vida prática. A faculdade do espírito que trabalha na ciência é a Inteligência (Observação, Reflexão). A faculdade que trabalha na vida ativa é a Vontade. A faculdade de que depende a Arte é a Emoção. Não tem de comum com as outras nada [...].
Quanto à má influência exercida pela Arte na vida prática, isso é um dos delírios dos avinhados da Inteligência. A arte propaganda faz mal, porque, por ser propaganda, é sempre má arte, e, por ser arte, é sempre má propaganda.
O artista não tem que se importar com o fim social da arte, ou, antes, com o papel da arte adentro da vida social. [...] O artista tem só que fazer arte. [...]
A única preocupação admitida para um artista é com a coerência interna da obra, que nada deve a outras esferas do pensamento. A tentativa é dignificar o fazer poético per se, livrar a arte da obrigação de transmitir de valores morais ou exemplos edificantes, criar um campo próprio para a arte. Nesse momento de grito do Ipiranga, é fundamental que se afastem quaisquer restrições.
Os textos sobre o sensacionismo, a doutrina criada por Pessoa e que marcou o lançamento da revista Orpheu, espelham essas mesmas idéias a respeito da arte e da função social do artista (ou a ausência dela). Fiel à liberdade da arte, o programa sensacionista prevê duas únicas regras: "sentir tudo de todas as maneiras" e "ser a síntese de tudo" (Pessoa, 1974, p. 428). A obra de arte sensacionista deve ser tão cosmopolita e universal quanto possível, deve abrigar todas as tendências; o poeta sensacionista deve multiplicar a sua personalidade e com isso ampliar o acesso à realidade. Só assim lhe será possível 'sentir tudo', e não apenas segundo a sua percepção particular, mas 'de todas as maneiras'.
O movimento de tornar a arte independente da moral e da verdade termina por torná-la superior às outras esferas. Se é por meio da poesia que se poderá 'sentir tudo' e assim alargar a sensibilidade humana e o conhecimento que o homem tem do mundo, se será o poeta e não o filósofo a 'síntese de tudo', nenhum projeto pode ser mais grandioso que este. Mas é um projeto que se ergue sobre a insistência na dissociação entre o poético e o político.
Em outro texto sobre o sensacionismo, Pessoa retoma a discussão sobre a função social do artista e reitera a idéia da autonomia da arte; porém, ao fazê-lo, acaba por revelar a função política diversa que lhe confere. Diz ele: "A maneira de o artista colaborar utilmente na vida da sociedade a que pertence - é não colaborar nela" (Pessoa, 1974, p. 435).
Atentando apenas para esta frase, vemos que já se admite uma maneira de o artista "colaborar utilmente na vida da sociedade", ainda que seja por meio de uma inação. Mas justamente, em Pessoa, e o mesmo texto deixa claro, a inação é um importante gesto de resistência. Mais adiante, Pessoa faz uma descrição da vida moderna: descreve o avanço da ciência, o crescimento da industrialização, a aceleração trazida pelo aperfeiçoamento dos meios de transporte, trata da crise do regime monarquista e da fé religiosa, bases sobre que tradicionalmente a sociedade assentava. A certo ponto afirma: "Em cada homem moderno há um neurastênico que tem que trabalhar. A tensão nervosa tornou-se um estado normal na maioria dos incluídos na marcha das cousas públicas e sociais" (Pessoa, 1974, p. 436).
Não é difícil concluir que é com essa ordem que o poeta não quer colaborar.
Ao rejeitar que a obra de arte esteja a serviço da sociedade (Pessoa, ao contrário, diz que a obra de arte deve 'opor-se à sociedade'), ele situa-se contra a ordem social que faz do homem um neurastênico que tem de trabalhar, que submete até as manifestações do espírito à rapidez, à instabilidade e à violência de tudo o mais na vida moderna. Posiciona-se contra aquilo que no seu conto "O banqueiro anarquista" recebe o nome de 'ficções sociais'.
À maneira dos textos de filósofos antigos, o 'conto de raciocínio' (como o nomeou o autor) é um diálogo em que o personagem que lhe dá título se dirige a um interlocutor interessado em compreender como é possível ser ao mesmo tempo banqueiro e anarquista. A solução, evidentemente, passará por um dos paradoxos tão caros a Fernando Pessoa. Mas, embora o próprio título indique o absurdo do desfecho, ouçamos o que diz, ainda no começo da conversa, o banqueiro:
- O mal verdadeiro, o único mal, são as convenções e as ficções sociais que se sobrepõem às realidades naturais - tudo, desde a família ao dinheiro, desde a religião ao Estado. A gente nasce homem ou mulher - quero dizer, nasce para ser, em adulto, homem ou mulher; não nasce, em boa justiça natural, nem para ser marido, nem para ser rico ou pobre, como também não nasce para ser católico ou protestante, ou português ou inglês. É todas estas coisas em virtude das ficções sociais. (Pessoa, 1974, p. 662)
Ao longo das páginas do conto, o discurso do personagem procura desnaturalizar as categorias da sociedade burguesa sua contemporânea. Mostra como todas essas marcas, pelas quais identificamos os seres humanos, são fruto de relações de poder, não correspondendo a qualidades naturais dos seres. (Daí a sua opção pelo anarquismo, onde as relações de poder seriam de fato transformadas.) O banqueiro enfatiza que a compreensão que se tem de uma coisa, ou mesmo dos fatos da vida em geral, pode muitas vezes ser determinada apenas por um hábito impensado e repetido e não por uma característica inerente a essa coisa. Associar a atividade de banqueiro ao pensamento anarquista, procurando não fazer disso uma contradição, é também negar as categorias a que estamos acostumados. É, pelo paradoxo, fazer a crítica de um hábito de pensamento, mas também de uma forma de vida.
Encontramos a mesma questão nos poemas do heterônimo Álvaro de Campos. A idéia da crítica às ficções sociais e a recusa de padrões repetidos e impensados são aí retomadas com insistência.
A "Ode marítima", por exemplo, é, em muitos pontos, uma lamentação pelo "pouco peso do homem diante do peso bruto da vida social", como aponta Octavio Paz (1972, p. 205).2 O personagem que contempla a entrada e saída de navios à beira de um cais, em meio a todos os delírios que daí seguem, deseja ardentemente algo que o retire da sua condição de "engenheiro", "civilizado", "educado no estrangeiro" (Pessoa, 1999, p. 39). Ele imagina e sente que sua alma se destinava a algo maior que a vida "estática, sentada, regrada e revista" (Pessoa, 1999, p. 44) que lhe coube.
Todas as convenções de uma sociedade burguesa - a polidez, a doçura de modos, a formação acadêmica, a sexualidade reprimida, o controle dos impulsos brutais - são vistas como apequenamento do homem e da vida. E a submissão a essas convenções é rejeitada nos versos célebres de um outro poema de Campos, "Lisbon revisited" (1923):
Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica.
Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?
Não me macem, por amor de Deus!
Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer cousa? (Pessoa, 1999, p. 136.)
A leitura conjunta dos dois poemas faz pensar que o destino que se oferecia ao homem moderno era ser casado, fútil, quotidiano e tributável; vivendo a sua vida estática, sentada, regrada e revista. Essas opções lhe são oferecidas por uma terceira pessoa do plural, que transparece em "Lisbon revisited", contra quem o sujeito brada. Essa terceira pessoa pode ser assimilada a toda a sociedade do seu tempo, como se essas opções revelassem na verdade costumes que, a princípio, não fossem dados como objeto de escolha.
A obra de Campos aponta para o fato de que ter como única opção ser casado, fútil, quotidiano e tributável é uma ficção, é uma criação coletiva que o comum dos mortais incorpora e termina por ver como única possibilidade, mas que não corresponde à realidade. Obedecer a esse programa é trair o desejo individual, por querer atender aos desejos de uma sociedade que nada mais oferece ao homem além de torná-lo um neurastênico que tem de trabalhar.
A denúncia se torna ainda mais veemente no "Poema em linha recta". Diz Campos:
Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
[...]
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um acto ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
[...]
Arre, estou farto de semi-deuses!
Onde é que há gente no mundo?
(Pessoa, 1999, p. 234-235)
Aqui, além da comum reivindicação de independência presente nos outros poemas citados, Campos mostra também o quanto a submissão social do indivíduo é também voluntária. Ao falar dos 'príncipes na vida',3 o poeta afirma que é cada um de seus conhecidos, por vontade própria, que perpetua as ficções sociais ao tomá-las como modo de vida. Cada ser humano, ao não arriscar ter um ato ridículo, repete para si a convenção e a propaga na sociedade.
O poema aponta para o ideal que aprisiona os homens e os faz deixar de ser humanos, como revela a pergunta: "Onde é que há gente no mundo?". Ser um semi-deus é respeitar um modelo idealizado, é querer por força estar dentro da sociedade (talvez por desejo de afeto ou de reconhecimento), abandonando o risco de fazer escolhas próprias (que podem redundar em fracasso). Ser campeão em tudo, excluir a possibilidade do erro, é não ser gente, é afastar-se da genuína essência do ser gente.
É justamente o risco que nos encaminha para a poesia contemporânea. Deixemos então por um instante o indisciplinador de almas, como Fernando Pessoa se qualificou, e passemos à mulher-a-dias.4
Adília Lopes, poetisa que começa a publicar em 1985, parece partir do princípio estético contrário ao de Pessoa. Na sua obra, a questão da autonomia da arte e sua independência em relação à moral e à verdade, tão importante para a poesia moderna, parece ser ultrapassada. Como Sophia de Mello Breyner Andresen (que ela não se cansa de citar) afirma em tantas de suas entrevistas e artes poéticas, Adília diz à revista Inimigo Rumor (2001a, p. 19): "Para mim, o ético e o estético são a cara e a coroa, as duas faces, de uma mesma moeda."
Num texto que serve de prefácio ao seu livro de poemas A mulher-a-dias, ela diz: "Meus textos são políticos, de intervenção, cerzidos com a minha vida" (Lopes, 2002, p. 6). Nada pode parecer mais distante de Pessoa, que lutou para dissociar a arte da obrigação de intervir socialmente, do que qualificar um poema de 'texto de intervenção'. De resto, enquanto Pessoa realizou talvez o maior esforço de que se tem notícia para dissociar vida e obra, a idéia de cerzir o poema com a própria vida encontra-se no pólo oposto.
Adília cria a concepção da poetisa como mulher-a-dias, ela "arruma o poema / como arruma a casa / que o terremoto ameaça" (diz o poema "Louvor do lixo", que abre o livro). A poesia é tida como uma forma de 'desentropiar a casa', ela é a nomeação que detém o caos, a ameaça constante. Mas esse desentropiar, essa arrumação não são desprovidos de um caráter político e de intervenção.
Interessa saber que tipo de intervenção procura a poesia de Adília Lopes, que aspecto tem a moeda do ético e do estético na sua obra. Buscamos a resposta em outro dos textos que acompanham seus mais recentes livros de poesia. Em César a César, encontramos a seguinte declaração:
Horroriza-me o poder e o culto do poder. O dinheiro, o sex-appeal, a inteligência, o snobismo são as quatro faces do monstro do sucesso, do sussexo, esse tigre de papel, esse ópio do povo, de todos os povos, da burguesia e da aristocracia, da massa e da elite, das operárias e das tias, dos psiquiatras e dos carvoeiros. Antes o fracasso, o falhanço. Antes andar aos caídos que aos subidos. Meto no mesmo saco a inteligência porque a inteligência está muitas vezes ao serviço da estupidez. (Lopes, 2003, p. 83)
É contra a obrigatoriedade do sucesso que a poesia de Adília quer intervir, contra as novas ficções sociais. Nessas novas convenções aparece alguma coisa que a época de Pessoa não conheceu, o sexo como um dos medidores de sucesso, o que Adília sintetiza no neologismo que emprega. Nesse parágrafo ecoa forte a voz do Campos do "Poema em linha recta", que se queixa da falta de gente no mundo.
Note-se que a frase final do parágrafo citado é, com pouca alteração, retirada de um conto de Sophia de Mello Breyner Andresen, "Retrato de Mónica", no qual a personagem principal é descrita como um exemplo de sucesso. Diz, com ironia, o primeiro parágrafo do "Retrato":
Mónica é uma pessoa tão extraordinária que consegue simultaneamente: ser boa mãe de família, ser chiquíssima, ser dirigente da 'Liga Internacional das Mulheres Inúteis', ajudar o marido nos negócios, fazer ginástica todas as manhãs, ser pontual, ter imensos amigos, dar muitos jantares, não fumar, não envelhecer, gostar de toda a gente, gostar dela, dizer bem de toda a gente, toda a gente dizer bem dela, coleccionar colheres do séc. XVII, jogar golfe, deitar-se tarde, levantar-se cedo, comer iogurte, fazer ioga, gostar de pintura abstracta, ser sócia de todas as sociedades musicais, estar sempre divertida, ser um belo exemplo de virtudes, ter muito sucesso e ser muito séria. (Andresen, 1997, p. 117)
E a página seguinte diz: "Mónica nunca convida pessoas que possam ter opiniões inoportunas. Ela põe a sua inteligência ao serviço da estupidez."
De opiniões inoportunas se trata, em Pessoa como em Adília (e em Sophia). A obra de Adília Lopes incorpora uma vasta galeria de personagens tradicionalmente excluídos da literatura, mesmo daquela criada pelas mais ousadas vanguardas: as mulheres solitárias e as que 'não têm atractivos sexuais', as testemunhas de Jeová que vendem bíblias de porta em porta, o atrasado mental, o mongolóide, o poeta que faz versos que Diderot acha maus etc. Mas a inclusão dessas figuras não se deve a um simples desejo de épater. Na sua escrita acolhedora, Adília reinventa um sentimento fora de moda: a caridade cristã, entendida aí como verdadeiro sinônimo de carinho.5
É conhecida também a mistura que faz entre o biográfico e o poético e a sua busca da beleza em tudo que há de mais prosaico - e nisso ela tem Álvaro de Campos como um mestre -, combinando com esse prosaísmo a leitura da tradição literária.
A obra de Adília desfaz preconceitos sobre a vida e sobre a arte. Arrisca-se muitas vezes pelo território do ridículo. Quebra a separação entre o baixo e o elevado, e amplia o gesto modernista que tornou poéticas palavras e questões entendidas até então como incompatíveis com a poesia. O seu desejo é expresso, numa das crônicas que escreveu para o jornal lisboeta Público (2001b), por uma fórmula simples: "Espero que o comum dos mortais repare na beleza dos ovos estrelados."
Ao fazer a crítica da obrigatoriedade do sucesso, sem endossar qualquer das oposições legadas pelo século XX (burguesia/aristocracia; massa/elite/ etc.), o texto final César a César mostra o quanto a nossa sociedade e a arte produzida por ela são ainda restritivas. A sua obra, como a de Fernando Pessoa, é também um ato de resistência. Os paradoxos pessoanos e os bons sentimentos adilianos são a criação arriscada de padrões próprios, de pensamento e de vida.
ReferÊncias bibliogrÁficas
ANDRESEN, Sophia de Mello Breyner. Contos exemplares. 31.ed. Porto: Figueirinhas, 1997.
BERARDINELLI, Cleonice. Fernando Pessoa: outra vez te revejo... Rio de Janeiro: Lacerda, 2004.
LOPES, Adília. César a César. Lisboa: & etc., 2003.
---. A mulher-a-dias. Lisboa: & etc., 2002.
---. Entrevista. Inimigo Rumor - Revista de Poesia, Rio de Janeiro: 7 letras, 2001a.
---. Ovos estrelados. Público. Lisboa, 21 de maio de 2001b. (suplemento)
---. Obra. Lisboa: Mariposa Azual, 2000.
PAZ, Octavio. O desconhecido de si mesmo: Fernando Pessoa. In: --. Signos em rotação. São Paulo: Perspectiva, 1972.
PESSOA, Fernando. Obras em prosa. Organização, introdução e notas de Cleonice Berardinelli. Rio de Janeiro: Aguilar, 1974. [Nova Aguilar, 1998.]
---. Poemas de Álvaro de Campos. Fixação do texto, introdução e notas de Cleonice Berardinelli. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.
POE, Edgar Allan. O princípio poético. In: Poemas e ensaios. 2.ed. Rio de Janeiro: Globo, 1987.
NOTAS DE RODAPÈ
5 Diz a nota final de César a César: "Um dia não muito longe não muito perto seremos felizes e vivos para sempre porque verdadeiramente carinhosos, isto é, caridosos". (Lopes, 2003, p. 90.) Veja-se a esse respeito, o ensaio de Nathalie Quintane "La poésie est le fruit d'une chatte morte", a ser publicado no número 17 da revista de poesia Inimigo Rumor. (Agradeço ao Carlito Azevedo, editor da revista, por ter-me permitido o acesso a esse texto.)