RESUMO: O texto de Isabel Pires de Lima, "Dizer o 25 de Abril: vozes femininas", analisa como escritoras portuguesas, como Sophia de Mello Breyner Andresen, Maria Velho da Costa, Natália Correia, Eduarda Dionísio, Irene Lisboa, Maria Judite de Carvalho, Luiza Neto Jorge, Maria Teresa Horta, Isabel Barreno, Agustina Bessa Luís, Fiama Hasse Pais Brandão, Olga Gonçalves e Lídia Jorge, abordaram a Revolução de 25 de Abril de 1974. A autora destaca que, em um Portugal anterior à revolução, dominado pela censura e pelo patriarcado, a mulher era duplamente silenciada. A revolução, então, emerge na literatura feminina como um "letramoto", uma explosão de vozes e uma redefinição do tempo e do espaço, onde a palavra se torna um instrumento de libertação e de construção de novas identidades. A análise perpassa a manifestação do evento histórico como descoberta, catarse, ou, em obras como as de Agustina Bessa Luís, como a irrupção de forças inconscientes e anárquicas, culminando na persistência do poder galvanizador da revolução na memória e na capacidade da narrativa feminina de forjar mitologias revolucionárias.