Imagens do real e a escrita da experiência (2023)

Ensaio de reconstrução teórica do itinerário do neo- realismo

RESUMO: O texto de António Pedro Pita traça um ensaio de reconstrução teórica do itinerário do neorrealismo português entre 1933 e 1949, destacando o ano de 1933 como um ponto de inflexão na crise do pensamento demo-liberal e na ascensão das "novas problemáticas" do Estado Novo e da radicalização marxista. A análise enfatiza a importância de intelectuais como Bento de Jesus Caraça na fixação dos temas e da lógica do pensamento progressista, que inscrevia a revolução como filosofia da história. Pita explora a dimensão política da arte, concebida como instância pré-figuradora de um novo mundo, e a "configuração artística da consciência histórica do momento", que culminou na geração de 1937, marcada pela Guerra Civil Espanhola e pela necessidade de refundar o discurso poético. O autor também discute a "polêmica interna do neorrealismo", evidenciada pela contraposição entre a arte como reflexo e a arte como conhecimento, e a insuficiência teórica que permeava o movimento, defendendo a importância de uma releitura transnacional do neorrealismo.

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