RESUMO:O texto de Wander Melo Miranda, "Drummond, revolucionário?", examina a complexa posição de Carlos Drummond de Andrade como intelectual e funcionário público durante o Estado Novo, destacando sua recusa em alinhar-se ideologicamente ao regime, apesar de sua atuação burocrática. A análise foca em como a poesia de Drummond, especialmente obras como "O lutador" e os metapoemas de *A rosa do povo*, revela um engajamento político e social sem cair no panfletarismo, configurando uma "luta com palavras" que é ao mesmo tempo autorreflexiva e crítica às circunstâncias históricas. Miranda argumenta que a poética drummondiana, ao fundir o pessoal e o político, a paixão e a razão, manifesta uma densidade crítica que, por meio da palavra, busca a destruição do mundo capitalista e a invenção de uma nova condição sensível.