RESUMO: O artigo de Vera Lúcia Follain de Figueiredo, discute a obsolescência do termo "revolução" e do imaginário utópico na contemporaneidade, contrastando-a com o fervor revolucionário dos anos 1960. A autora analisa a obra de Antonio Callado, especialmente Quarup, como expressão de um projeto estético e político que buscava a construção de uma identidade brasileira através de transformações sociais e da participação engajada do intelectual. Figueiredo rastreia o declínio desse otimismo revolucionário nas obras posteriores de Callado, como Bar Don Juan e Reflexos do baile, que refletem a frustração e a fragmentação diante do insucesso dos ideais revolucionários, culminando na "crise da imaginação" que, ainda hoje, perpassa a literatura brasileira, absorvida por um presente sem antagonismos políticos.