Revolução escrita (2024)

Mulheres negras fazem a revolução: reflexões sobre matriarcado, literatura e resistência na Maafa

RESUMO: O artigo investiga o matriarcado africano como uma ferramenta de resistência à desumanização radical e sua expressão na literatura afrodescendente como proposta de reumanização e solaridade. A autora discute o matriarcado como uma práxis civilizatória com a mulher no centro político-social, ressaltando sua sacralidade e a concepção de "matrigestação" de potências. O texto contrapõe essa perspectiva à representação subalternizada da mulher negra na literatura canônica, exemplificada por Tia Nastácia de Monteiro Lobato, e destaca como autoras negras contemporâneas, através do "artivismo" e da "escrita em pretuguês", utilizam a literatura para confrontar a "Maafa" (a grande tragédia da população negra) e construir novas narrativas de humanidade e resistência.

Texto completo