Revolução escrita (2024)

“Não existe inocência nesta língua”: a poesia de Antonella Anedda

RESUMO: A coletânea de Antonella Anedda, "Noites de paz ocidental" (1999), é uma tentativa de habitar a substância do tempo em um final de século marcado por violência e desilusões. A autora Patricia Peterle compara Anedda a Sophia de Mello Breyner Andresen, ambas as poetas abordando momentos de transição histórica, mas a primeira com um olhar crítico para as feridas não cicatrizadas do século XX. O trabalho de Anedda, caracterizado por uma linguagem seca e essencial, busca dar voz aos "mortos desconhecidos" e questiona a própria noção de "paz ocidental", propondo uma ética da convivência e uma responsabilidade que se manifesta na desarticulação da percepção habitual e na resistência através da escrita poética.

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