Revolução escrita (2024)

O “dia inicial” e a discronia: revolução e movimentos sociais

RESUMO: O texto parte da metamorfose das noções de tempo e espaço na contemporaneidade, caracterizada por instabilidade e heterogeneidade, e propõe uma reavaliação do conceito de revolução. António Pedro Pita analisa o poema "25 de Abril" de Sophia de Mello Breyner Andersen para ilustrar o "imaginário de revolução" como uma instância utópica e ucrônica, que difere do "pensamento da revolução" por sua indeterminação e radicalidade do recomeço. O autor argumenta que os movimentos sociais contemporâneos, ao privilegiarem o espaço em detrimento do tempo e ao operarem com uma lógica performativa e intempestiva, sinalizam um novo regime temporal e espacial, desvinculado da teleologia e das grandes narrativas históricas que fundamentaram o conceito moderno de revolução.

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