Revolução escrita (2024)

Literatura Clandestina como Literatura Revolucionária

RESUMO: O artigo explora a literatura clandestina produzida entre os séculos XVII e XVIII, principalmente na França, como uma forma de resistência à censura e uma corrente subterrânea que permitiu a difusão de ideias críticas ao *status quo* e às autoridades. O autor destaca que, embora não configurasse um movimento político revolucionário organizado, a "libertinagem erudita" e suas publicações anônimas ou pseudônimas, caracterizadas pelo antiaaristotelismo, ateísmo e ceticismo, anteciparam questões centrais do Iluminismo e questionaram demolitoramente as autoridades instituídas da Igreja e do Estado. Essa literatura, ao alterar a relação entre autor e texto, contribuiu para a secularização e para a problematização da autoria, influenciando indiretamente a Revolução Francesa e os movimentos libertários posteriores.

Texto completo