Humanidades, Democracia e Liberdade (2023)

Olhar o escuro: um desafio para as Humanidades

RESUMO:O texto aborda a necessidade de as Humanidades interpretarem o "escuro" da contemporaneidade, caracterizada pela aceleração, pela sociedade da positividade e pela hiperconexão digital, que resultam em autoexploração e perda de capacidade de pensamento e contemplação. A autora argumenta que a pandemia revelou a fragilidade da vida e a interdependência global, impulsionando uma reavaliação dos modelos sociais e econômicos. Propõe a "ontologia plana" e o agenciamento como caminhos para enfrentar os desafios globais, como as mudanças climáticas e a automação, e ressalta o papel das Humanidades na construção de uma nova narrativa e na promoção da empatia e da capacidade de resistência frente à uniformização e à perda da realidade. O artigo também explora o conceito de "levantes" como atos de desobediência e esperança, inspirados nas inscrições murais pós-Revolução dos Cravos em Portugal, e sugere que a história cultural deve ir além do cânone para pensar as relações e a complexidade do tempo.

 

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