RESUMO: O texto discute a emergência do fascismo no século XX, analisando-o não como uma aberração isolada, mas como um fenômeno inteligível no contexto da crise sistêmica do capitalismo liberal oligárquico, acentuada pelas Guerras Mundiais e pela Grande Depressão de 1929. O autor identifica quatro fatores cruciais: a crise do sistema liberal e os efeitos da guerra, a derrota da ofensiva revolucionária do movimento operário, a rendição do liberalismo tradicional e a unificação das diversas direitas sob uma liderança carismática e um regime de partido único. Além disso, o artigo traça paralelos entre os "fantasmas de ontem" e as "sombras de hoje", alertando para o retorno da extrema-direita contemporânea, que, embora adote novas táticas, compartilha lógicas de recuperação e dominação, evidenciando uma crise contínua do capitalismo neoliberal e a necessidade de resistência contra-hegemônica.