RESUMO: O texto de Fabíola Paschoal explora a concepção de modernidade e sua representação na obra de Fernando Pessoa, com foco especial no heterônimo Álvaro de Campos. A autora define modernidade como um regime discursivo sobre o "eterno" e atemporal, distinto do Modernismo enquanto movimento de ruptura, e argumenta que ser moderno reside na capacidade de recriar o novo a partir da tradição. Através da análise de poemas como "Ode Triunfal", "Passagem das Horas" e "Tabacaria", Paschoal demonstra como Campos, ao mesmo tempo em que celebra e critica o progresso e o caos da Revolução Industrial, mescla elementos arcaicos e modernos, expressando a fragmentação do sujeito e o desejo de "sentir tudo de todas as maneiras". O ensaio também traça paralelos entre Campos e Walt Whitman, destacando a "influência às avessas" na postura de Campos em relação à modernidade, e uma comparação breve com o modernismo de Oswald de Andrade, ressaltando o tom jocoso deste último ao abordar as transformações urbanas.